A História da Harley Davidson


Harley USA


O início de tudo


O ano de 1903 foi muito bom para a indústria americana. Em Milwauke, o jovem Bill Harley e dois amigos, Arthur e William Davidson, Fizeram sua primeira motocicleta num barracão nos fundos da casa de um deles, onde até hoje se encontra o prédio administrativo da Harley-Davidson.


Em 1916, o presidente Wooddrow Wilson enviou "Black Jack", com uma Harley, para acabar com Pancho Villa na fronteira mexicana. E quando os Estados Unidos entraram na Primeira Guerra Mundial, a Harley foi importante parte da História, pois um soldado americano e sua Harley-Davidson equipada com "side-car", foram os primeiros a entrar em território alemão.
Assim que a paz se estabeleceu, a Harley voltou às pistas em 1921, e se tornou a primeira equipe a vencer uma prova de velocidade a mais de 100 milhas/hora.


No período da Depressão, as vendas cairão em 20%, fazendo com que a empresa tivesse que mudar a cor original das motas, o verde oliva, para cores mais atuais, como algumas combinações de duas cores no tanque, ou algumas em sólidas cores art-deco, fazendo com que a empresa se adaptasse melhor ao mercado.


Depois de Pearl Harbor, a Harley especializou-se em construir motos de uso exclusivo militar, sendo algumas delas equipadas com "side-cars" tão sofisticados que possuíam armas automáticas acopladas. Após o término da Segunda Guerra Mundial, o mercado americano emergiu, depois de anos retraído por causa da Guerra, e todos aqueles que haviam lutado se tornaram os principais compradores de Harley's, pois desejavam vivenciar o espírito da Harley como civis.


A Harley-Davidson fortaleceu-se ainda mais, quando em 1954 outra grande empresa de moto faliu. Os anos 50 foram tomados pelo espírito das motocicletas Harley. Houve uma grande procura dos meios de comunicação da época, pois a imagem dos motoqueiros era, além de muito boa, também forte, fazendo com que se tornassem o centro das atenções das massas. Mas foi com o filme "The Wild Ones", com Marlon Brando, que esta imagem se transformou, e então os motoqueiros passaram a ser vistos como foras-da-lei, beberrões e arruaceiros.

A Harley-Davidson, nos anos 70, passou de 15.000 para 75.000 unidades ao ano. Atingindo um volume muito alto, mas deixando de lado o mais importante, a qualidade de seus produtos. As motos chegavam a sair da fábrica já vazando óleo; um negociante de Nova York conta que era impossível sair do lado leste de Manhattam para o lado oeste sem um kit de ferramentas. Um diretor da Harley conta que durante este período não importava se a motocicleta era boa, ruim ou indiferente. A qualidade das motos ficava cada vez pior, mas sua demanda continuava alta, até a entrada das empresas japonesas, que foram responsáveis pela tomada de grande parte do mercado americano e do mundial.


Foi quando, no verão de 1980, Beals, desgostoso com os projetos da "AMF" para a AMF-Harley-Davidson, passou a empresa de 1/3 industrial, 2/3 lazer misto, para 50% industrial, 50% lazer. Esta foi uma estratégia arriscada, que fez com que a "AMF" se convencesse a vender a empresa.Em junho de 1981, Beals e outros 12 executivos (incluindo William G. Davidson, neto de William ª Davidson), se tornaram os proprietários da Harley-Davidson.


No primeiro ano da nova administração, a empresa perdeu US$32 milhões. As coisas começaram a melhorar em 1983, com um pequeno aumento nos lucros, o futuro se mostrava cada vez melhor, e em 1984 a empresa teve um lucro de US$ 3,9 milhões sobre um faturamento de US$ 294 milhões. Os novos proprietários ainda passaram por algumas fases difíceis, quando, por exemplo, seu maior credor, um banco de NY, passou adiante seus interesses, e o próximo banco esteve a um passo de falir a empresa.


" Foi a pior decisão que o banco poderia ter tomado, pois os outros três bancos que continuaram conosco tiveram seu dinheiro de volta, e muito mais", diz Beals.


Após tantas dificuldades, a diretoria da empresa voltou-se para fábrica de York, Pensilvânia, onde, após os próprios funcionários receberam opções de compra de ações da empresa e estarem produzindo melhor, a diretoria deu a eles o poder de decisão para fechar uma linha de produção, se esta estivesse provocando defeitos nas motos.


Afinal, os funcionários puderam recuperar o sentimento de que eram artistas e não apenas robôs, e voltaram a criar motocicletas com estilo.


O banco de NY enganou-se redondamente com as possibilidades da Harley-Davidson. Em 1987, a empresa estava tão forte e segura de si, que chegou ao Comitê Internacional de Comércio Exterior, e lhe pediu para retirar a lei de cinco anos de incidência de impostos aos fabricantes de motocicletas japonesas. Esta foi uma medida nunca adotada previamente por qualquer empresa do mercado americano, e fez com que, em maio do mesmo ano, o helicóptero presidencial pousasse na pista de testes da Harley, e o Presidente Ronald Reagan descesse para fazer tour nas instalações da fábrica. Ficou tão impressionado, que se declarou publicamente um fã da marca Harley-Davidson. Foi então que a Harley voltou ao mercado com força total.


" É uma obra de arte sobre duas rodas", diz Willie G. Davidson, contemplando um moto modelo 1949 no canto de seu estúdio, fabricada no período em que seu pai era o presidente da empresa.
Willie G. hoje é o Vice-Presidente de Design da Harley, e diz que o seu conceito básico não é o de dizer que, num ano o que está na moda são formas quadradas, e no próximo as arredondadas. "Nós temos que manter algo que é muito mais importante, a essência da história que existe por tas da Harley-Davidson."


O que fez Willie G. tornar-se um artista pode ter sido as motos Harley-Davidson, pois cresceu com elas e seu estilo tão especial.


Ele começou estudando artes Plásticas, na Universidade de Wisconsin, mas resolveu que deveria usar seus talentos em coisas que fossem mais úteis às pessoas, do tipo: móveis, carros, motocicletas, etc. Então pediu transferência para o "Art Center College of Design" em Pasadena, na Califórnia, onde se formou em 1957. Mesmo com um lugar garantido na Harley-Davidson, não se interessou, pois naquela época a empresa não possuía um departamento de design, e ele se sentiria mais útil numa empresa que fosse utilizar aquilo que havia desenvolvido.Foi trabalhar para a Lincoln-Continental, depois para a mais exótica empresa de carros da América, a Excalibur, e finalmente decidiu ir para a Harley.


Os conhecimentos que Willie G. tinha das motocicletas era tamanho, que em 1971 a empresa lançou no mercado um modelo carenado,com motor de 74 polegadas cúbicas, e garfos de alumínio do modelo Sportster, produzindo um modelo totalmente novo, chamado de Super-Glide. Nos anos 70, continuou a lançar modelos como as Low Rider, as Café-Racer, e as Sturgis, mas ninguém poderia prever que em 1985 Willie G. pudesse surgir com algo tão maravilhoso como o modelo Heritage Softail.


Foi a revelação do ano pois Willie G. conseguiria trazer o look dos anos 50, com cromo, tanques grandes e a velha cabeça de boi, pesando 300 e poucos quilos. Davidson foi rápido em prever que o look "Low-Tech" deveria ter algumas vantagens, colocando um Keular belt-drive, e uma suspensão traseira escondida, o que o levou a chamá-las de Softail.
" Se dissermos a nossos engenheiros para criar uma motocicleta que fosse ao mesmo tempo rápida, econômica e tivesse um custo razoável, eles nos trariam um modelo igual a todos os outros já existentes no mercado. Mas nós temos que fazer uma máquina que mexa com você, assim que você coloque os olhos nela."


" As montadoras cometeram um grande erro, pois hoje você já não consegue mais distinguir uma marca da outra, e se abre seus motores , todos se parecem e, o que é pior, se parecem com barbeadores elétricos ou torradeiras. Foi o que aconteceu com as motos japonesas, elas se viraram tanto para o look "high-tech", que perderam sua identidade. Mas se voccê olhar para uma Harley,seu motor e seus cromados captam a luz, e se transformam em uma jóia."
Willie relata em seu escritório, que o dia mais feliz de sua vida foi aquele no qual os diretores e os funcionários compraram a empresa, pois havia acabado o sentimento de ser a divisão da divisão da divisão. Eles haviam se tornado uma grande família mais uma vez.Essa família inclui 100.000 membros do Clube H.ºG. (Harley Owner's Group), formado em 1983 para aproximar a empresa dos proprietários de Harleys.


Curiosamente, a Honda fracassou quando fez a mesma tentativa com seus consumidores.

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